fbpx
71 98158-5179 redacao@bilikanews.com.br
sábado, 05/10/2024
Tecnologia

China usará satélites e sistemas de inteligência artificial para monitorar áreas de conservação ambiental

Rede de monitoramento contará ainda com drones e fiscais terrestres, responsáveis por investigar atividades irregulares dentro das áreas protegidas

O governo da China usará satélites e sistemas de monitoramento automatizado para proteger áreas de conservação ambiental. A expectativa é que a medida ajude a preservar habitats ecologicamente importantes e forneça um modelo de uso de técnicas de sensoriamento remoto orientados à conservação que possa ser replicado por outras nações.

A China é o terceiro país com a maior biodiversidade do mundo, segundo dados da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, na sigla em inglês). Abriga diversas paisagens — como áreas de pastagens, florestas, desertos e montanhas — e várias espécies icônicas, como o panda gigante (Ailuropoda melanoleuca), o tigre do sul da China (Panthera tigris tigris) e macacos de nariz arrebitado (Rhinopithecus spp.).

Em 22 de abril, o Ministério de Recursos Naturais do país anunciou que havia finalizado a elaboração de um mapa com áreas de conservação em cada província organizadas em um sistema central gerido pelo ministério. Até então, as zonas de conservação do país incluíam 2.750 reservas naturais e milhares de outras áreas protegidas por diferentes níveis de governo. Segundo o anúncio, as novas zonas protegidas cobrem uma área de 3 milhões de quilômetros quadrados (km2) de terra e 150 mil km2 de mar.

Quatro dias após a conclusão do mapa, o Ministério da Ecologia e Ambiente anunciou o lançamento de uma plataforma de monitoramento das zonas selecionadas. De acordo com o comunicado, o governo lançou uma frota de 30 satélites com câmeras capazes de capturar imagens em alta resolução e algoritmos baseados em aprendizado de máquina, projetados para detectar mudanças na cobertura florestal e no uso da terra dentro dos limites.

Os satélites integram uma rede maior de monitoramento, baseada no uso de drones e fiscais terrestres, responsáveis por investigar atividades irregulares dentro das áreas protegidas. O objetivo é permitir que as autoridades atuem rapidamente caso detectem atividades ilegais, como desmatamento para construção de empreendimentos imobiliários.

No entanto, alguns cientistas e ambientalistas pedem mais transparência em relação às zonas selecionadas. “O governo diz que concluiu o mapa, mas ainda não sabemos como ele é”, informou à revista Nature a ecóloga Fangyuan Hua, pesquisadora da Universidade de Pequim. “Sem um registro público dos limites das zonas de conservação, há o risco de os governos locais mudarem seus limites para acomodar futuras necessidades de desenvolvimento, inviabilizando o monitoramento do que está acontecendo dentro delas.”


Fonte: IPEA
Por: Rodrigo Andrade
Foto: Yohann Agnelot/Flickr

Leave a Response