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sábado, 05/10/2024
Tecnologia

Força dos ventos foi a principal fonte de energia do Reino Unido nos primeiros meses de 2023

Turbinas offshore do país geraram 24 terawatts-hora de eletricidade entre janeiro e março, o suficiente para abastecer aproximadamente 11,5 milhões de casas

A força dos ventos foi a principal fonte de energia do Reino Unido nos primeiros três meses de 2023, superando o gás natural, segundo levantamento do Imperial College London.

Entre janeiro e março, os parques eólicos britânicos forneceram 32,4% da eletricidade consumida, enquanto o gás respondeu por 31,7%. Foi a primeira vez que os ventos forneceram a maior parcela de energia em um trimestre no país.

As turbinas do Reino Unido geraram 24 terawatts-hora (TWh) de eletricidade no período — cada TWh equivalente a 1000 gigawatts-hora (GWh) —, o suficiente para abastecer aproximadamente 11,5 milhões de casas. A produção eólica também foi 3% maior do que no mesmo trimestre do ano passado. O gás caiu 5%.

A maior parte da energia eólica veio de parques offshore, que funcionam a partir dos ventos que sopram em alto-mar. “Ainda há obstáculos para alcançar uma rede completamente livre de combustíveis fósseis, mas o fato de a energia eólica ter superado o gás pela primeira vez no país é um evento verdadeiramente marcante”, destacou Iain Staffell, pesquisador do Imperial College e autor principal do estudo, à BBC.

O Reino Unido possui um setor eólico offshore maduro e que deve expandir ainda mais nos próximos anos. O objetivo é chegar a 50 GW de capacidade até 2030.

Um de seus principais parques é o Hornsea 2, uma instalação de 165 turbinas com capacidade de produção de mais de 1,3 GW.

Outros projetos devem ser ainda maiores. O Dogger Bank Wind Farm, situado a 130 quilômetros (km) da costa leste do país, nas águas do Mar do Norte, deverá ter capacidade total de 3,6 GW quando estiver totalmente instalado e funcionando. O desenvolvimento do projeto avança em três fases, com os responsáveis afirmando que ele será capaz de abastecer 6 milhões de residências no Reino Unido.

Abril também foi marcado pela geração recorde de energia solar. Com isso, quase 42% da eletricidade da Reino Unido veio de fontes renováveis — eólica, solar, biomassa e hidrelétrica — nos primeiros três meses de 2023. Os combustíveis fósseis responderam por 33%, com o restante vindo do exterior e da frota nuclear, cada vez menor do país. O Reino Unido pretende que sua eletricidade tenha emissões líquidas zero até 2035.

No Brasil, um dos maiores parques eólicos da América do Sul começou a operar em junho de 2021. Situado 500 km ao sul de Teresina, no Piauí, o complexo Lagoa dos Ventos é formado por 230 turbinas. O empreendimento vai gerar 3,3 TWh de energia por ano, volume suficiente para abastecer 1,6 milhão de residências.

A energia limpa e renovável gerada no local evitará a emissão de mais de 1,9 milhão de toneladas de dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, quando comparado a uma usina termelétrica. Uma expansão em curso, ainda sem data para entrar em operação, elevará a atual capacidade de geração para 5 TWh por ano, o que abasteceria pouco mais de 2,4 milhões de casas.

O país também pretende investir em parques offshore. Em setembro de 2021, o governo do Rio Grande do Norte firmou um memorando de entendimento com a empresa Internacional Energias Renováveis (IER) para ser o primeiro estado a gerar energia a partir de turbinas instaladas no meio do mar.

O Complexo Eólico Offshore Ventos Potiguar deverá ser constituído por cinco usinas com 207 turbinas. Localizado a 8 km da costa, terá capacidade instalada de 2,7 GW.


Fonte: IPEA
Por: Rodrigo Andrade
Foto: Nicholas Doherty/Unsplash

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